sábado, 24 de julho de 2010

Relógio e o chá no Mappin - Crônicas da cidade plural

(Foto em junho de 2010)
Na década de cinqüenta, São Paulo completou quatrocentos anos.
Não existiam ainda os shopping's e ao nosso alcance havia apenas um supermercado, o Peg-Pag, na praça Gastão Liberal Pinto, encruzilhada tripla, ponto de convergência da avenida Brigadeiro Luís Antônio, São Gabriel e avenida Santo Amaro.
Todas as lojas chamadas finas, enfim, toda a vida elegante ficava no centro velho.
A Biblioteca Municipal, as livrarias, o Mappin da praça Ramos de Azevedo, onde as senhoras tomavam chá no salão do quarto ou quinto andar...
Às vezes um ou outro homem bem vestido e cheiroso costumava freqüentar o salão, e era sempre alvo de olhadelas e de cochichos.
A causadora da invasão masculina (sempre havia uma) não conseguia escapar dos mexericos.
Na esquina da Xavier de Toledo, o relógio do Mappin.
Por ele marquei muitos encontros em minha vida.
Ainda está lá, e não funciona mais.
Antes, o Mappin ficava na Praça do Patriarca.
E a Livraria Jaraguá, na Marconi, também mantinha uma sala de chá, nos fundos.

Larry Coutinho( foto e texto)

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