domingo, 4 de julho de 2010

Galeria Metrópole - Crônicas da Cidade Plural



São três entradas diferentes: na avenida São Luís, pela praça Dom José Gaspar e pela rua Basílio da Gama, que é quase um beco.
Um dos lugares paradigmáticos de São Paulo.
Abre para todos os bares e restaurantes da avenida São Luis, e para os que ficam na praça Dom José Gaspar, em volta da Biblioteca Municipal, hoje Mario de Andrade.
Tem vários subsolos e projeta-se para dentro da terra, como uma caverna.
Em redor de amplos espaços ficam pequenas lojas.
Restaurantes, cinema, boates, bares, livrarias, discos, casas especializadas na venda de poster’s e quadros... ganha duas canções especiais do Ivan Lins e do Vitor Martins. A primeira descreve a Galeria propriamente dita. A segunda avança no universo cultural e nas mudanças que ocorrem na cidade:

Galeria Metrópole I
Ivan Lins e Vitor Martins

“A galeria
foi a visão mais ampla
do que hoje é Sampa
e o que anda por ai.
Alem do que se canta
tudo o que hoje espanta
era o pais
Era o porão da liberdade
o embrião da caridade
no sub-solo da cidade.”
(...)

Quem freqüenta a Galeria Metrópole sabe o que os autores querem dizer. Lugar da santidade e do pecado mais negro, do amor fraternal e do ódio total, torna-se altar onde são sacrificadas todas as virtudes e ao mesmo tempo, templo das belezas imorredouras.
Nas quentes noites dos janeiros, homens solitários percorrem, de automóvel, o quadrilátero da praça, em busca de emoções mais fortes. Por todas as calçadas, mulheres e homens oferecem-se à sanha sexual dos notívagos. O ar exala sexo e devassidão. Galeria Metrópole, que os músicos e poetas julgaram merecer uma segunda canção:

Galeria Metrópole II
Ivan Lins e Vitor Martins

“A galeria foi
A caverna externa
Que expôs a baderna
A Semana Moderna
E o que tem que luzir
Proibiu Proibir
O barato total
O luar do sertão
E o sol tropical.
(...)
Inventou outros olhos
Caras bocas e nomes
Despertou outra fome
Nas mulheres e homens
Foi erógena antes
Foi andrógena antes
Como sempre Mutante
Outra vez bandeirante.
(...)
.O Bexiga era lá
A Bahia era lá
Todo baixo era lá
O Brasil era lá!”

Larry Coutinho ( foto e texto)

Nenhum comentário:

Postar um comentário