quarta-feira, 21 de julho de 2010

O Junker JU - 52 - Crônicas da Cidade Plural



As pessoas gostam de contar como chegaram a São Paulo. A pé, de carro, de caminhão, nos trens que ainda existiam, em navios “Ita”, subindo a serra de Santos até mesmo em diligências (em breve tratarei das diligencias e serviços de aluguel de cavalos que ligavam São Paulo a Santos). Minha família chegou voando em avião. Em 1939 ou 1940 migramos de Curitiba para São Paulo.
A Bordo do Junker JU-52 .
Ao entrar no avião, a primeira impressão ficava por conta do desnível acentuado: as duas rodas dianteiras eram grandes e altas, e a única roda traseira, muito pequena, provocava forte inclinação do conjunto.
Os passageiros escalavam o curto e estreito corredor e procuravam assento nas poucas poltronas disponíveis.
Tratava-se de monoplano, o que parecia ser a tendência dos aviões construídos na época.
Ligados os três motores o barulho era infernal.
Os passageiros recebiam pequenos tufos de algodão para colocar nos ouvidos e goma de mascar.
Tão logo acionadas as máquinas o avião começava a rodar, num processo que só seria interrompido no ponto de chegada, sem que, aparentemente, os pilotos pudessem fazer alguma coisa para controlar aquele movimento para frente e para cima, a não ser reduzindo ou desligando a força dos motores.

Larry Coutinho

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