São Paulo é um aglomerado de pequenas cidades do interior, às vezes até mesmo de aldeias de diversos países, que se juntam graças às avenidas que as ligam e sobra a impressão de ser uma única cidade colossal. Por sua vez, os pequenos bairros colocam-se em camadas diferentes do tempo. Alguns vivem no futuro, outros no século dezenove ... e cada um espia o outro!
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Livraria Jaraguá - Crônicas da Cidade Plural
A Livraria Jaraguá ocupava a loja onde hoje fica a papelaria
Livraria Jaraguá
Rua Marconi, 54
Pertencia à família Mesquita (Alfredo Mesquita e o sócio Roberto Meira).
Inaugurada em 1942, oferecia um salão de chá aos intelectuais que a freqüentavam.
Também trabalhava com discos.
Foi vendida no final dos anos 50.
Comprei ali o meu primeiro exemplar da “Critica da Razão Pura e Prolegomenos de toda a Metafísica Futura”, do Emmanuel Kant.
O segundo exemplar, em castelhano, depois de constatado o desaparecimento do primeiro, eu comprei em San Carlo de Bariloche.
Cada vez que eu entrava na Livraria Jaraguá, procurava espiar o salão de chá, nos fundos da loja.
Diziam que alguns dos mais famosos escritores costumavam aparecer por lá.
Porém, ou porque a minha coragem fosse pouca ou ainda porque havia um certo ar de “não venha se não for convidado”, nunca entrei no salão de chá.
Certa vez, quando estávamos planejando o jornal “Dante”, para ser introduzido e distribuído em nosso colégio, marquei encontro com o Luiz e o Mino.
Sairíamos dali em busca de uma entrevista com o Francisco Pati, diretor do Departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo.
Esperei junto ao balcão.
Os dois irmãos surgiram, vindos do salão de chá.
Estavam lá, conversando com o pai, importante redator do jornal O Estado de São Paulo.
Foi o mais perto que eu consegui chegar do salão de chá da Livraria Jaraguá.
Larry Coutinho ( foto e texto)
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