São Paulo é um aglomerado de pequenas cidades do interior, às vezes até mesmo de aldeias de diversos países, que se juntam graças às avenidas que as ligam e sobra a impressão de ser uma única cidade colossal. Por sua vez, os pequenos bairros colocam-se em camadas diferentes do tempo. Alguns vivem no futuro, outros no século dezenove ... e cada um espia o outro!
sexta-feira, 4 de abril de 2014
A Copa do Mundo,Hino Nacional Brasileiro - Crônicas da Cidade Plural
Dentro de alguns dias a pátria vestirá chuteiras e iniciaremos o ciclo mundial do futebol.
Antes e durante a Copa das Confederações assistimos o inusitado: - o povo presente ao estádio a cantar o Hino Nacional Brasileiro mesmo depois de a orquestra haver parado. Era a segunda parte, a que faltava!
Estranha compulsão, espécie de osmose, que carrega multidões para o futebol, e do futebol para o patriotismo da bandeira e do Hino Nacional, símbolos sagrados da pátria.
Hino Nacional? O que é, e de onde vem?
Quando comecei a trabalhar como coordenador numa Faculdade de São Paulo, aonde eram ministrados diversos cursos universitários, precisei lidar com centenas de professores.
Os resultados dos exames vestibulares revelaram carências na formação básica dos alunos aprovados. Assim foi proposto e implantado o chamado Ciclo Básico. O curso ministrava aulas de português e de matemática, obrigatórias para os alunos de primeiro ano de todos os cursos.
Escritor de boa reputação, um dos professores de português resolveu testar a minha formação. Perguntou-me quem era o tal de Gottschalk, cuja música o personagem de Raul Pompéia ouvia enquanto o Ateneu queimava devorado pelo incêndio.
Suspeitei desde o início que o tal professor conhecia muito bem a resposta, e brincava comigo. Respondi francamente que não sabia.
Procurei O Ateneu e reli toda a descrição do incêndio. Nada de Gottschalk! Finalmente havia ligeira referência, uns capítulos antes do fogo.
Como escritor, eu gostaria de ter engendrado qualquer um dos parágrafos do Raul Pompéia, mestre maior.
Encontrei o que eu procurava exatamente no inicio do capítulo XII.
“Música estranha, na hora cálida. Devia ser Gottschalk. Aquele esforço agonizante dos sons, lentos, pungidos, angustia deliciosa de extremo gozo em que pode ficar a vida porque fora uma conclusão triunfal. Notas graves, uma, uma; pausas de silêncio e treva em que o instrumento sucumbe e logo é dia claro de renascença, que ilumina o mundo como o momento fantástico do relâmpago, que a escuridão novamente abate. Há reminiscências sonoras que ficam perpétuas, como um eco do passado. Recorda-me às vezes o piano, ressurge-me aquela data.”
Na enfermaria do Ateneu deserto o personagem convalescia do sarampo. Foi o momento da música de Gottschalk, e não do incêndio que eclodiria logo em seguida.
Notas longínquas, murmúrios distantes trazidos pelo vento.
Somente depois que a música cessou é que começou o incêndio.
Não existe aquela cena dantesca das enormes línguas de fogo sendo acompanhada pela música marcial, viril, e arrebatadora.
Raul Pompéia poderia ter caminhado por esta conclusão, mas não o fez.
Ah! Que safado saiu-me o professor, agora eu sei!
Três ou quatro anos depois, numa incursão a um sebo, encontrei um disco LP cuja grande capa quadrada alardeava: “ Fantasia sobre o Hino Nacional Brasileiro”, piano, Louis Moreau Gottschalk.
Gravei o conteúdo numa fita cassete e transportei o material para a Faculdade, para mostrar “a música de Gottschalk” ao professor de português.
O professor chamava-se Martinho Lutero, e aquele nome próprio mantinha-me, mais do que a pergunta feita, em estado de permanente atenção. Devo confessar que me sentia Papa, sempre à espera de contestações e de reformas. Porém, para minha surpresa, grande pena e certo alívio fui informado de que Martinho Lutero não lecionava mais naquela instituição.
Quanto a Gottschalk, desvendava-se o mistério, lentamente.
Corri para obra de Edoardo Vidossich, “Sincretismos na música afro-americana”.
Quem sabe, não é?
E lá estava no capítulo “Influência dos ritmos primitivos na música erudita”.
“Gottschalk seria o iniciador de uma escola de compositores americanos que, tentando livrar-se do velho ritmo europeu, uniforme e simétrico, partiram para experiências que, na época, foram consideradas revolucionárias, devido ao emprego de um folclore nacional e exploração de temas, elementos rítmicos e coreográficos diferentes.”
Tratava-se de pianista, orquestrador, regente, compositor e concertista norte americano, nascido em Nova Orleans em 8 de maio de 1821, e falecido no Rio de Janeiro aos 48 anos de idade, em 1869, atacado pela febre amarela.
Musico classificado por Gilbert Chase na categoria de “periferia exótica”.
Segundo Vidossich, Gottschalk teria sido o precursor da forma pianística do ragtime. Porém o que é ragtime?
Em definição simples trata-se de música caracterizada por melodia sincopada sobre um acompanhamento regularmente acentuado.
Parece que a expressão ragtime antecedeu a palavra jazz.
No sentido mais estrito, o ragtime é um estilo musical ao piano, criado em fins do século dezenove.
Apareceu primeiramente nos palcos de casas de shows freqüentadas por negros.
Então Gottschalk não foi o precursor, mas aproveitou a invenção dos negros.
Ou foi o contrário?
Talvez um dos precursores.
De 1896 a 1917 foi a forma musical mais popular nos Estados Unidos, portanto Gottschalk, falecido em 1869, não acompanhou o apogeu do ragtime.
A expressão ragtime surgiu de ragged time, que significa tempo fragmentado, ou tempo dilacerado, referindo-se à melodia sincopada e ao ritmo de contra tempo.
Mostrava toque acentuado nos registros baixos do teclado (tempo forte) e um acorde num registro mais agudo (tempo fraco), ao passo que a mão direita executava o tema e as variações.
Andamentos marciais, com 16 ou 32 compassos, incluindo dois ou três temas diferentes.
Era música vocal e instrumental, mas hoje o ragtime vocal confundiu-se com a música popular, e o ragtime de piano manteve a forma original e tornou-se elemento importante do jazz instrumental.
No começo do século o ragtime imperava em salões chamados Barrel-house.
O Barrel-house tem o seu equivalente no Honky-tonk, antigo cabaré de má reputação.
Barrel-house, Honky-tonk e ragtime costumam indicar o mesmo estilo de piano usado pelos autênticos jazzistas, a maneira peculiar de interpretar temas sincopados.
Quando Gottschalk nasceu em Nova Orleans, a cidade era um caldeirão onde se misturavam diferentes culturas. A anglo-americana, a francesa, e espanhola, a negra... Em sua própria casa Gottschalk via o pai, inglês descendente de alemães, meio judeu, e a mãe francesa. Precoce, aos 12 anos foi estudar música em Paris, e aos 13 dava concertos.
Excelente intérprete, ele começou a compor muito cedo.
E fez o que então nenhum compositor erudito fazia: - transpôs para a música e para a canção eruditas temas tirados do rico folclore da Luisiana e das Antilhas.
Observador atento da música negra da Luisiana prosseguiu com a linha adotada nas viagens que fez pelas Antilhas e pelo Brasil, além de outras repúblicas latino-americanas.
As suas composições da época, “Pasquinade”, “La Bananier”, “Chanson Nègre”, “La Savane”, “Le Banjo”, “La Bambula” revelam essas influências, além de grande semelhança com o estilo dos primeiros grandes ragtimers posteriores, Scott Joplin e James Scott.
Mais tarde e a exemplo de Gottschalk, Joplin e Scott tentaram levar o folclórico para a musica erudita, através das óperas “A Guest of Honour”, “Treemonish” e “The Fascinator”.
Gottschalk, em sua obsessão de mesclar sincreticamente diversas tendências e culturas, notadamente a afro-anglo-americana, certamente abriu caminho para o próprio Dvorák , que no final do século dezenove descobriu a inspiração nas “plantations melodies”, e miscelânea das criações de ex-escravos compõem sua sinfonia “Novo Mundo”.
A “Sinfonia do Novo Mundo” foi composta nos três anos em que o checo Anton Dvorák trabalhou como diretor do Conservatório Nacional de Música dos Estados Unidos, em Nova York..
Embora Dvorák tenha sempre negado qualquer influência na “Sinfonia do Novo Mundo” que não as clássicas e antigas formas européias.
A peça estreou com triunfo imediato no Carnagie Hall em dezembro de 1893.
Inúmeros outros conceituados compositores receberam a influência do método adotado por Gottschalk, e do seu ragtime.
Prosseguir nessa direção afastaria a razão principal deste meu escrito, por isso menciono apenas Morton Gould, Aaron Copland - cujo único pecado foi chamar de “Salón México” sua obra de inspiração cubana. - e finalmente, George Gershwin (Summertime, só para lembrar), sobre o qual já tratamos neste blogue.
Nem sequer falo na trajetória de Gottschalk até 1865, ano em que ele abandonou precipitadamente a Califórnia por causa de uma mulher.
Interessam-me, e interessaram ao escritor Raul Pompéia, ao Imperador D.Pedro II e ao professor Martinho Lutero os sete meses e meio que Gottschalk passou no Brasil, os últimos da sua vida.
Se os sete meses não dão samba, certamente dariam mini-série daquelas caprichadas, da TV Globo.
Curto tempo vivido furiosamente, entre mirabolantes e vencedores projetos, seus maiores triunfos.
Triunfos brasileiros daquele musico norte-americano classificado como “periferia exótica”.
Numa carta a um amigo de Boston, Gottschalk contou:
“Minhas apresentações aqui são um verdadeiro furor. As entradas estão esgotadas com oito dias de antecedência. O Imperador, a família real e a corte não perderam um só dos meus concertos. Sua Majestade me tem recebido diversas vezes em seu palácio. O Grande Oriente da Maçonaria me ofereceu uma recepção solene. O entusiasmo com que tenho sido recebido aqui é indescritível. No último concerto, fui coroado em cena pelos artistas do Rio”.
Em 10 de maio de 1869 Gottschalk desembarcou no Rio de Janeiro (dois dias depois de completar quarenta anos).
O Teatro Lírico Fluminense anunciou o seu primeiro concerto em três de junho.
Sucesso absoluto. Casa cheia, com a presença do Imperador.
Porém o melhor ainda estava por vir.
Para outubro Gottschalk caminhava em direção à apresentação de um concerto-monstro, talvez o maior jamais tentado por qualquer maestro até então.
O Imperador dera a Gottschalk jurisdição total sobre as bandas do Exército, Marinha, e Guarda Nacional.
Feitas as contas, Gottschalk tinha sob suas suaves ordens 62 tambores, 55 cordas, 16 bumbos, 6 flautas, 11 flautins, 65 clarinetas, 60 trompetes, 60 trombones, 55 bombardinos, 50 tubas e trompas, agrupadas em noves bandas da Guarda Nacional, quatro da Marinha Imperial, uma do Exército, outra do Arsenal de Guerra, uma orquestra de setenta professores, duas orquestras alemãs, e alguns canhões.
Eram seiscentos e cinqüenta músicos, todos à espera das suas partituras.
Gottschalk e onze copistas prepararam as partituras. Manualmente, como era possível na época.
Entretanto o recorde quantitativo de Gottschalk seria quebrado, três anos depois (em 1872), pelo maestro Johann Strauss II, ao reger, em Boston, uma orquestra de mil instrumentos e um coro de vinte mil vozes na execução de O belo Danúbio Azul.
E certamente não se sustentaria diante do coro de dezenas de milhares de vozes dos mineiros de carvão, cantando a Aleluia, de Handel, feito devidamente registrado em disco pelas companhias gravadoras.
Em agosto o maestro Gottschalk sofreu um ataque de febre amarela e foi obrigado a convalescer em Valença (RJ).
O concerto-monstro estava programado para o dia 24 de novembro. Gottschalk estava de novo doente, mas não abandonou o embate. Foi o último ato do maestro.
Centenas de músicos, uniformes, flores, estandartes, publico seleto, tudo iluminado por bicos de gás e atmosfera de mil e uma noites.
Foram apresentados temas de Fausto e do Carnaval em Veneza, depois o andante da sinfonia La Nuit des Tropiques, e a Grande Tarantela, ambas do próprio Gottschalk.
O gran finale foi a Marcha Solene Brasileira.
Composta para a ocasião destinava-se a orquestra e banda marcial e incluía o efeito guerreiro das salvas dos canhões, antecipando-se assim por 13 anos à célebre Abertura 1812, de Tchaikovsky.
Novo concerto-monstro foi programado para o dia vinte e seis de novembro.
Nele, enquanto tocava peças ao piano, Gottschalk teve um colapso em pleno palco
Internado imediatamente faleceu em 18 de setembro.
No Rio de Janeiro seu enterro foi monumental.
Na Marcha Solene Brasileira estava contida a Grande Fantasia Triunfal sobre a Marcha Triunfal, composta em 1822 por Francisco Manuel da Silva (1795/1865) para comemorar a Independência, e que seria o Hino Nacional Brasileiro em 1890.
A Marcha Triunfal, sem letra, nascera com partitura para banda.
A variação composta por Gottschalk agradou ao imperador D. Pedro II.
E agradou ao imperador porque a Marcha Triunfal era sua velha e querida conhecida.
Desde os anos 1830, especialmente em sete de abril de 1831, quando, reunida a tropa, certo general acompanhado pelo seu Estado-Maior leu em frente aos homens o Decreto pelo qual Dom Pedro I declarava haver abdicado na pessoa do seu augusto filho.
Em sete de abril de 1831 a Marcha tornou-se popular na abdicação de D. Pedro I.
Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva escreveu a primeira letra, cantada no cais do Largo do Paço, no Rio de Janeiro.
A Marcha recebeu o nome de “Sete de Abril”.
Eis a primeira estrofe:
Os bronzes da tirania
Já no Brasil não ronquejam
Os monstros que o escravizaram
Já entre nós não vicejam
(...)
Era Marcha ainda sem letra oficial, e durante todo o Império nenhum Decreto o oficializou como Hino Nacional Brasileiro, o que somente aconteceu em 1890, no segundo ano da República.
Na verdade a Marcha Triunfal / Hino Nacional Brasileiro teve três letras distintas, ou talvez quatro.
A primeira foi feita por ocasião da abdicação de D. Pedro I e cantada pela primeira vez em sete de abril, festejando a partida da família real para Portugal. Atribuída a Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva, a letra episódica era ruim e mal feita.
A segunda letra foi escrita em 1841, para saudar e festejar a coroação de D. Pedro II. Não se sabe o nome do autor destes segundos e bajulativos versos.
Eis a primeira estrofe da nova letra na coroação de D. Pedro II:
Negar de Pedro as virtudes,
Seu talento escurecer
É negar como é sublime
De a bela aurora o romper
(...)
Finalmente em 1909 entrou em Discussão no Congresso o Projeto de Letra para o Hino Nacional, considerando o poema de Joaquim Osório Duque Estrada. Tratava-se da terceira letra, ainda uma proposta para o Hino Nacional.
O governo de Epitácio Pessoa pagou cinco contos de réis pela música, e a terceira letra, de Joaquim Osório Duque Estrada, foi apreciada pelo Congresso Nacional.
Durante a demorada tramitação no Congresso, a letra do Hino Nacional sofreu alterações promovidas pelo próprio autor, e assim, a quarta letra foi aprovada como letra oficial do Hino Nacional Brasileiro somente em 1922, ano em que se comemorou o centenário da Independência.
Desde 22 de setembro de 2009 o Hino Nacional Brasileiro é canto obrigatório, uma vez por semana, em todas as escolas públicas brasileiras de ensino fundamental.
Entretanto, a figura de Sigismundo Neukmomm costuma passar despercebida no cenário musical brasileiro.
Quem foi este maestro tão ligado às sonoridades pátrias?
Tratava-se de compositor austríaco que em 1815 recebeu a incumbência de programar a parte artística do Congresso de Viena, reunindo na capital austríaca praticamente todas as cabeças coroadas da Europa.
Politicamente o Congresso de Viena redesenhou todas as fronteiras da Europa, já livres de Napoleão Bonaparte.
E artisticamente permitiu, nos salões, a introdução de um novo gênero musical até então proscrito: a valsa, dança de pares, considerada indecente e vulgar.
Audaciosamente Sigismundo Neukmonn levou-a e deu-lhe posição de relevo durante o Congresso.
O mesmo Sigismundo Neukmmon, no ano seguinte (1816) fixou residência no Brasil.
Aqui, foi professor de composição do Príncipe Real D. Pedro I, de piano da Princesa Dona Leopoldina, Arquiduquesa da Áustria e nossa primeira Imperatriz, e ainda professor de composição e de piano de Francisco Manoel da Silva.
No Rio de Janeiro Joaquim Manoel da Câmara compunha com sucesso as suas modinhas.
Entusiasmado com o que ouviu, Neukmmon harmonizou vinte modinhas de Joaquim Manoel e mandou imprimi-las em um álbum, em Paris.
Também trouxe a desconhecida valsa para a corte brasileira, e deixou inegável presença e perfumes em nossos hinos mais queridos.
Pois seus alunos de composição, D. Pedro I e Francisco Manoel da Silva foram respectivamente os autores do nosso Hino da Independência e da Marcha Triunfal (mais tarde Hino Nacional Brasileiro).
E agora, a entrada dos generais da revolução de 31 de março de 1964.
Tomado o poder brasileiro, já no dia primeiro de setembro de 1971 era publicada a Lei número 5 700, que dispunha sobre a forma e apresentação dos Símbolos Nacionais e dava outras providências.
Assim, o Artigo primeiro, parágrafo segundo, dava como Símbolo Nacional inalterável o Hino Nacional..
Qual Hino Nacional?
O artigo sexto explicava: O Hino Nacional é composto da música de Francisco Manuel da Silva e do poema de Joaquim Osório Duque Estrada, de acordo com o que dispõem os Decretos n. 171, de 20 de janeiro de 1890, e n. 15 671, de 6 de setembro de 1922, conforme consta dos Anexos números 3, 4, 5, 6 e 7.
E o Parágrafo Único do mesmo Artigo, acrescentava:
A marcha batida, de autoria do mestre de música Antão Fernandes, integrará as instrumentações de orquestra e banda, nos casos de execução do Hino Nacional, mencionados no Inciso I do artigo 25 desta Lei, devendo ser mantida e adotada a adaptação vocal, em fá maior, do maestro Alberto Nepomuceno.
A Seção II, Do Hino Nacional, em seu Artigo 24, dizia:
A execução do Hino Nacional obedecerá as seguintes prescrições:
I - Será sempre executado em andamento metronômico de uma semínima igual a 120 (cento e vinte).
II- É obrigatória a tonalidade de si bemol para a execução instrumental simples.
III- Far-se-á o canto sempre em uníssono.
E seguia a Lei, disciplinando a apresentação do Hino Nacional Brasileiro em seus mínimos detalhes.
Para quem não concordasse com as limitações impostas pela Lei, estabeleceram-se as penalidades: multa igual a quatro vezes o maior salário mínimo em vigor no país, que poderia ser convertida em detenção, na forma da Lei Penal, ao critério da autoridade policial.
No glorioso ano de 1973, uma consulta anônima feita à Comissão Nacional de Moral e Civismo pediu a proibição da Grande Fantasia Triunfal de Gottschalk sobre a Marcha Triunfal (Hino Nacional Brasileiro), em face do desrespeito à Lei número 5700.
Proibida a apresentação pública, o processo rolou durante anos.
Somente em sete de setembro de 1981 os brasileiros puderam ouvi-la novamente, junto ao Monumento do Ipiranga, executada em apoteose para um publico de oitocentas mil pessoas pelas orquestras Sinfônica Brasileira e do Teatro Municipal de São Paulo, sob a regência do maestro Issac Karabtchesky.
Alguns anos depois, em 1985 foi liberada a venda do disco da Fafá de Belém contendo outra versão do Hino Nacional, também proibida pela censura.
O LP correspondente tem, na contracapa, comovente opúsculo do escritor Mauro Santayana, não de censura à ditadura, mas de apoio ao hino nacional e à versão dada pela excelente cantora, que tanto desagradou aos militares.
Por coincidência ou de propósito, não sabemos, ambas as versões iniciam com o piano escandindo a melodia tão querida por todos nós, tradução musical da frase “Ouviram do Ipiranga...”
O que as diferencia não é somente o ritmo e o andamento.
Numa, é melancólico e dolorido, noutra, marcial e revolucionário, como convém à “periferia exótica”!
Entretanto, a versão cantada por Fafá de Belém é um arranjo, e a de Gottschalk, uma variação.
Para saber muito mais:
Vidossich, Edoard - Sincretismos na música afro-americana. Ed. Quiron/MEC S.PAulo, 1975
Muggiati, Roberto - contracapa do LP Gottschalk - Grande Fantasia Triunfal sobre o Hino Nacional Brasileiro. CID - Eugene List - piano; Samuel Adler - regência - 1985.
Santayana, Mauro - LP Aprendizes da Esperança - Fafá de Belém - Som Livre - 1985.
Pompéia, Raul - O Ateneu - qualquer edição.
Coutinho, Larry – Modinhas fora de moda e as chulices do lundu.
Larry Coutinho
domingo, 9 de fevereiro de 2014
Blue Jasmine x A Street Car Named Desire - Crônicas da Cidade Plural.
Novo
olhar sobre velhos temas
Woody Allen, Cate Blanchett, Cacilda Beker,
Vivian Leigh e Tennessee Williams.
Ou chá,
cana-de-açúcar, laranjas, simpatias e Blue Jasmine.
O cafezinho brasileiro pode ser sorvido rapidamente de diversas formas
e em todas as ocasiões: em pé e ao lado dos balcões de apinhadas padarias, nos
saguões dos aeroportos, nas salas de espera, nos estabelecimentos bancários
onde os gerentes procuram manter os
clientes confortáveis e mimados, ou
nas visitas formais a vizinhos e conhecidos.
Ao contrário e sabe-se lá por qual razão o chá sempre está
condicionado a certas manias ligadas ao ato de consumi-lo, e também ao
consumidor propriamente dito.
O bebedor de chá, cuja vida é pautada por certa sofisticação, quase
sempre dispõe de tempo livre, o que lhe permite considerar com seriedade todo o
ritual do necessário..
Não estou tratando do complicado ritual chinês, nem das cronometradas
sessões inglesa do “five o’clock tea”, mas sim de pequenas manias, como, por
exemplo, manter exata a temperatura da
água do chimarrão (que é o chá do gaúcho), ou a de só considerar saborosa a
bebida proveniente das folhas de chá oriundas de certas regiões do globo
terrestre.
Como inveterado bebedor de chá prefiro todas as marcas que ainda são
comercializadas pelos ingleses e colhidas na região de Darjeeling, uma pequena
cidade situada no noroeste da Índia.
Lá, o período das chuvas vai de Junho a Outubro.
Toda a região está colocada entre mil e oitocentos a dois mil e
quatrocentos metros acima do nível do mar, e da pequena janela do quarto que a amiga
Carol coloca sempre à minha disposição quando estou na Índia consigo enxergar o
Everest e o Kanchenjunga, duas das mais altas montanhas do mundo.
Costumo visitar Darjeeling para beber o chá na sua origem.
A casa de Carol fica um pouco distante da cidade, e o caminho, uma
espécie de picada pedregosa, atravessa plantações de chá, permite-me avistar os
arrozais, no fundo do vale, e contorce-se entre as árvores de cinchona, por onde
é muito agradável caminhar.
Na temporada seca - novembro a maio - a cidade fica repleta de
turistas que lotam excursões pelas
encostas na região montanhosa, e quase
sempre visitam o jardim botânico local.
Também visitam a cidade os
indianos enfermos a procura dos sanatórios afamados.
O chá como produto sempre teve
elevada importância, para os
ingleses e também para certos norte-americanos cujos ancestrais eram ingleses continentais, repudiados pela
política religiosa da ilha britânica .
Lembro-me do papel desempenhado pelo imposto sobre o chá no movimento
da independência norte-americana e recordo com certa emoção das narrativas
sobre as viagens do Cutty Sark, um Clipper, veleiro de sofisticada construção,
recordista de velocidade em viagens para
a Índia e para a China, das quais voltava abarrotado de chá, no tempo exato
capaz de conservá-lo para o consumo saboroso: cem dias.
Pois bem, todo esse envolvimento britânico talvez consiga explicar o
nascimento em Darjeeling, em 5 de novembro de 1913, de certa menina britânica, mais tarde educada
em conventos da Inglaterra e do continente europeu, que tomou o nome civil de Vivian Mary
Hartley.
Aos vinte anos, provou sua aptidão para o cinema atuando em Look Up and Laugh (Cuidado
e ria), filme inglês lançado em
1934.
Contracenou com sir Laurence Olivier em Fire Over England (Fogo
sobre a Inglaterra), em 1937 e, sendo ambos, Vivian e Laurence casados com
pessoas diferentes, divorciaram-se e casaram entre si em 1940.
A jovem nascida por entre os arbustos de chá de Darjeeling, cujo
codinome artístico era Vivien Leigh, conseguiu alcançar popularidade mundial ao
interpretar o papel de mulher corajosa, latifundiária do sul dos Estados
Unidos, nos difíceis tempos da Guerra de Secessão: Scarlett O’Hara, em E o
Vento Levou, uma produção de Hollywood.
Por outro lado, foi um prazer percorrer as rodovias paulistas, entre
canaviais e laranjais, em busca da operosa cidade de Pirassununga.
A primeira coisa a chamar minha atenção, enquanto esperava para ser
atendido por Israel Foguel, diretor do Teatro
Municipal Cacilda Becker foi uma cópia xerográfica da certidão de
nascimento de Cacilda Becker Yáconis que aquele intelectual mantém emoldurada,
sendo o único quadro a enfeitar as paredes do
aposento.
O segundo acontecimento foi a sensação de vergonha ao perceber que, após vinte ou trinta
leituras minuciosas e anotadas no material que consegui arrolar sobre a atriz,
eu nada sabia sobre ela.
O simpático diretor discorreu três ou quatro minutos, e eu já estava
perdido num mundo novo, inédito para mim e acredito, para milhões de brasileiros.
De repente, surgiu uma nova Cacilda, mais uma delas!
Pirassununga não possui altas montanhas em território municipal,
certamente nada que se compare ao Everest.
Ao contrário, as terras baixas abrigam extensos canaviais e laranjais
que se perdem no horizonte e são levemente onduladas, semelhantes a um planalto
com vocação para alto-mar em dia de calmaria, como se algum telespectador
houvesse premido a tecla “pause” de seu equipamento eletrônico, congelando para
sempre os imensos vagalhões verde-claros sob o céu azul profundo.
Aliás, céu de brigadeiro, por onde esvoaçam os aviões da
“esquadrilha-da-fumaça”, em treinamento das audaciosas manobras cuja fama já
ultrapassou as fronteiras nacionais.
Mas ali estava eu, em pleno dia 6 de abril de 1999, contemplando a certidão de nascimento da
atriz e um pouco espantado pela coincidência.
Se viva, naquele dia mesmo Cacilda estaria completando setenta e oito
anos!
Em 6 de abril de 1921, na rua Mario Tavares, número 44 - essa rua não
consta do mapa moderno da cidade de Pirassununga - exatamente às nove horas e
vinte e cinco minutos da manhã, dona Margarida Risé, parteira, comentou com
dona Alzira Leonor Becker:- “É menina!”
Depois cobrou trinta mil réis pelos serviços e foi embora.
No entanto, a azáfama que vinha do salão do palco lembrou-me de que
eu estava sendo indelicado.
Afinal, o diretor do teatro ultimava os preparativos para a
apresentação, logo mais à noite, da peça
A Falecida, em continuidade à semana
de comemorações do evento 1969-1999, Trinta anos sem Cacilda com
que Pirassununga homenageava a artista.
Despedi-me e corri à Biblioteca Municipal onde encontrei um volume da
História do Nosso Teatro, do mesmo diretor Israel Foguel, e passei o
resto do dia lendo e relendo as páginas que começavam a revelar, para mim, um
universo inédito de fracassos e triunfos,
desamores e amores, pobrezas e talentos fascinantes.
No fim do dia despedi-me de Pirassununga e voltei a percorrer as
estradas por entre laranjas e grandes
espaços plantados de cana de açúcar, dourados pela luz do sol poente.
Porém o que ou quem uniria a menina nascida e crescida nos
caminhos das plantações de chá à outra menina crescida entre
laranjais e cana-de-açúcar?
Pergunto e imediatamente respondo: Tennessee Williams
O autor de A Streetcar
Named Desire, novela que no filme de Vivien Leigh tomou o nome
de Uma rua chamada pecado.
Uma Rua Chamada Pecado (A Streetcar Named Desire), filme dirigido por Elia Kazan.
Intérpretes: Vivien Leigh, Marlon Brando, Kim Hunter, Karl Maden
Tennessee Williams era certamente autor conhecido das nossas platéias
dos velhos tempos: O Anjo de Pedra e
Gata em Teto de Zinco Quente foram as últimas das suas quatro grandes peças a
serem representadas em São Paulo, que já vira
À Margem da Vida e Uma Rua Chamada Pecado.
À Margem da Vida foi levada a cena no TBC no final de 1948, pelo grupo Sociedade de
Amadores Ingleses.
Anjo de Pedra (Summer and
Smoke) : a cenografia exigia a estátua de um anjo de pedra, numa
postura graciosa e asas erquidas. Dai saiu o título da peça Anjo de Pedra.
Cacilda Becker foi escolhida para
interpretar Alma Winemiller em Anjo de Pedra. Uma mulher que se
aproximava da concepção de Blanche Dubois em Uma Rua Chamada Pecado, em
cuja interpretação Vivien Leigh, no cinema,
daria o melhor de si.
E recordo das estupendas
atuações das duas atrizes, Vivien Leigh no papel de Blanche Dubois, em A Streetcar
Named Desire e Cacilda Becker não só como Maggie, em Gata em Teto de
Zinco Quente, mas também criando a
conturbada Alma Winemiller, em Anjo de Pedra.
Tarefas difíceis, nas quais era preciso superatuar.
Isto é, forçar a patologia das personagens até além do limite do
razoável.
É além desse limite que se situam as singularidades de Blanche
Dubois, Alma Winemiller e Maggie.
A respeito da interpretação de Maggie, Regina Helena comentou em sua
coluna da A Gazeta: “Há muito tempo não viamos Cacilda Becker e Ziembinski tão
bem (...) Cacilda foi a mulher quase anormal, ferina, agitada, nervos à flor da
pele que Tennessee Williams imaginou(...)”
De que maneira Regina Helena conseguiu descobrir o que Tennessee
Willians havia imaginado?
Não sei dizer.
Porém posso afirmar que
Tennesse Willians era obcecado por certa figura feminina, que era sempre a
mesma sob disfarces diferentes: Laura, Blanche Dubois, Alma Winemiller,
Serafina, Maggie, Alexandra del Lago, Amanda Wingfield...
As interpretações de Vivian Leigh são de fácil acompanhamento, pois a
filmografia da estrela não é longa, apenas vinte filmes, dos quais dezesseis
deles são encontrados em vídeo, englobando, além de E O Vento Levou (Gone
With The Wind), preciosidades como A
Ponte de Waterloo (Waterloo Bridge),
Lady Hamilton, A Divina Dama (That Hamilton Woman), Ana Karenina (Anna Karenina), na
filmagem de 1948. (A primeira versão falada desse filme data de 1935, e nela
Greta Garbo desempenhou o papel-título.)
Mas o crème de la crème é sem duvida Uma Rua Chamada Pecado (A Streetcar Named Desire), e sugiro a qualquer pessoa
que se interesse pelo cinema e pelo teatro a agradável tarefa de assistir a
atuação de Vivien Leigh interpretando Blanche Dubois.
No início Blanche Dubois parece falsa, exagerada nas atitudes, inconseqüente,
num estilo de atuar até mesmo fora-de-moda.
Aos poucos aquela personalidade se vai firmando como autêntica e
aparece a mansa loucura de quem busca recriar um mundo perdido ...ou
inexistente .. ou verdadeiro e sufocante? enfim, alugue o filme e assista.
Já Cacilda Becker mostrou seu
trabalho no teatro, um pouco na televisão; em cinema só deixou dois filmes, Luz
dos Meus Olhos e Floradas na Serra.
Tanto Cacilda Becker como Vivian Leigh foram mulheres aparentemente frágeis, mas ambas
desenvolveram suas carreiras ao longo de trinta anos de profissão e morreram
relativamente jovens.
Porém com Woody Allen e Cate Blanchett conseguiram lugar em nossa
modesta crônica? Bem ao lado de Vivian
Leigh, Cacilda Becker e Tennesse Williams?
Certamente foi neste caloroso domingo de 9 de fevereiro de 2014.
A tarde já ia morrendo quando coloquei um DVD, displicentemente, sem
ao menos verificar o título.
Com um olho no gato e outro no canário eu conversava com minha mulher
e dedicava um pouco de atenção à ação que começava na telinha.
Subitamente, a telinha capturou todo o meu espanto.
Aquela loira que descia do avião e infernizava sua eventual
companheira de viagem com relatos surpreendentes da sua vida sexual, era uma
velha conhecida!
Trinta segundos depois a identidade se revelou em minha mente:
Blanche Dubois! Jasmine, na releitura de Woody Allen da famosa peça de Tennesse
Williams.
E Blue Jasmine é um filme que mostra exatamente essa releitura.
Porém o filme fala por si mesmo e o espectador não precisa ser tão
velho como eu, que segui a obra comparando mentalmente com as cenas originais
da obra cinematográfica de Elia Kazan (Uma Rua Chamada Pecado - A Streetcar Named Desire -, filme
dirigido por Elia Kazan. Intérpretes: Vivien Leigh, Marlon Brando, Kim Hunter, Karl Maden).
Após apreciar Blue Jasmim, o
espectador mais insone poderá conseguir, na Internet, a versão de Elia Kazan,
deliciar-se com as interpretações de Marlon Brando e principalmente de Vivian
Leight.
Perceberá então que toda a estrutura dramática das obras, tanto da
versão original de Tennesse Williams como da releitura de Woody Allen
conservaram a controversa personalidade de Blanche/Jasmine como a grande
atração do drama.
É certo que o estudo completo demandará muitas horas e certamente
levará às outras obras conhecidas de Tennesse Williams no Brasil e à Cacilda
Becker, talvez a maior atriz brasileira envolvida nas angustiadas personagens
femininas criadas pelo autor.
Para saber muito mais:
Fernandes, Nanci e Vargas, Maria Thereza - Uma Atriz: Cacilda Becker Ed. Perspectiva, 1983.
Guzik, Alberto - TBC:
Cronica de um sonho - Ed. Perspectiva 1986.
Coutinho, Larry – Cacilda, outras criaturas e criações- Original em fase final de
redação. 2013.
Blue Jasmine, filme. Alec
Baldwin, Cate Blanchett, Louis C.K. Bobby
CAnnavale, Andrew Dice Clay, Sally Hawkins, Peter Sarsgaard. Michel
Stulbarg. Direção e roteiro de Woody Allen
NOTAS:
Tennesse Willians (1911-1983) foi
mais interferente na cultura brasileira do que pode parecer à primeira
vista.
Nas décadas de 40, 50 e 60 apareceram, na cidade de São Paulo, filmes, peças e
livros provindos da brilhante pena do
dramaturgo.
Temas algumas vezes polêmicos e de profundo interesse para a classe
média temerosa.
Os personagens femininos eram marcantes.
Aliando a construção literária ao talento de atrizes predestinadas,
resultaram em prêmios de muita importância atribuidos às performaces.
Pela ordem cronológica:
1944 - The Glass Menagerie - Recebeu, em português as denominações: Algemas de Cristal, e
À Margem da Vida. Foram rodados três filmes diferentes, em 1950, 1973 e
1987. À Margem da Vida foi levada a cena no TBC no final de 1948, pelo
grupo Sociedade de Amadores Ingleses, antecedendo em quase dois anos a apresentação do filme.
1947 - A Streetcar Named Desire - em português:
Um Bonde Chamado Desejo; ou Uma Rua Chamada Pecado.
Vivien Leigh, Marlon Brando, Kim Hunter, Carl Maden. Todos receberam
o Oscar, menos Marlon Brando. Filme de 1951 e foram montadas inumeras
peças teatrais.
1948 - Summer and
Smoke - em português Anjo de Pedra. Filme de 1961, com Geraldine
Page. A apresentação no Teatro Brasileiro de Comédia antecedeu ao filme, pois a peça estreou em
São Paulo em 16 de agosto de 1950. Cacilda Beker como Alma Winemiller.
1955 - The Rose Tattoo - em português A Rosa Tatuada. Filme de 1955. Intérprete: Ana
Magnani (Oscar pelo papel).
1955 - Cat on a
Hot Tin Roof - em português Gata em Teto de Zinco Quente. Filme de
1958. Elizabeth Taylor (Oscar). A versão
teatral estreou em São Paulo, no TBC, em 18 de outubro de 1956. Cacilda Beker
no papel de Maggie Pollit ( a gata). Ainda aqui a peça teatral apresentada em
São Paulo antecedeu ao filme.
1956 - Baby Doll - Tennesssee Willians escreveu apenas o argumento. Filme com a
protagonista Carol Baker, que ficou marcada no papel. Escândalo razoável para a
época. Baby Doll era uma camisolinha curta e diáfana, escandalosa por si mesma.
1958 - Suddenly, Last Summer - em português De Repente no Último Verão . Filme de 1959 -
Katharine Hepburn.
1959 - Sweet Bird
of Youth - em português Doce
Pássaro da Juventude. Filme de 1962,
com Paul Newman.
1961 - The Night
of the Iguana - em português A noite do Iguana . Filme de 1964, com
Ava Gardner. Em São Paulo, no TCB - Teatro Cacilda Beker, estreou em 5 de março
de 1964. Cacilda Beker no papel de Ana Jelkes, e Olga Navarro como Maxine. (TCB
- Teatro Cacilda Beker. Cacilda, Walmor Chagas e Ziembinski, que saíram do TBC
e montaram a sociedade)
Larry Coutinho
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